Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a solidão ao status de prioridade global de saúde, chamando a atenção para um problema que afeta milhões de pessoas em diferentes partes do mundo. Para enfrentar essa crise, foi criada a Comissão de Conexão Social, composta por representantes de países como Chile, Japão, Suécia e Estados Unidos. Apesar da relevância do tema, o Brasil não foi incluído na comissão, o que reflete a necessidade de dar maior atenção a essa questão em nossa sociedade.
Os Dados da Solidão: Um Alerta Mundial
Os números apresentados pela OMS são alarmantes. Uma pesquisa realizada pelo instituto Gallup em 142 países mostrou que um quarto da população mundial vive em solidão severa, enquanto outros 25% enfrentam solidão moderada. Esse fenômeno não escolhe idade, gênero ou localização, mas os mais jovens são os mais afetados.
Curiosamente, os idosos, frequentemente vistos como mais vulneráveis à solidão, apresentam as menores taxas: pessoas acima de 65 anos estão entre as menos solitárias. Já os jovens, na faixa etária de 19 a 29 anos, enfrentam os piores índices. Dados da pesquisa apontam que 27% dos jovens vivem em solidão severa, e 30% em solidão moderada. Esses números mostram que a solidão está longe de ser apenas um problema relacionado ao envelhecimento e aponta para desafios específicos das gerações mais novas.
Os Efeitos da Solidão na Saúde
Os danos causados pela solidão afetam tanto a saúde mental quanto a física. Estudos recentes mostram que os efeitos de viver sozinho podem ser comparados ao impacto de fumar 15 cigarros por dia, o que equivale ao consumo de 10 sachês de nicotina de produtos modernos como o Zyn, que tem ganhado popularidade.
A solidão aumenta o risco de doenças cardiovasculares, depressão, ansiedade e até mortalidade precoce. Ela também afeta negativamente o sistema imunológico, deixando o corpo mais vulnerável a infecções e outras condições de saúde. Além disso, o isolamento social pode agravar problemas emocionais e cognitivos, como dificuldade de concentração e menor capacidade de tomada de decisões.
O Cenário Brasileiro
Embora o Brasil tenha ficado de fora da Comissão de Conexão Social da OMS, o problema é uma realidade urgente aqui. Uma pesquisa da IPSOS, realizada em 2021, apontou que o Brasil lidera o ranking global de solidão, com um número alarmante de pessoas relatando sentir-se sozinhas. Esse dado reforça a importância de priorizar políticas públicas e ações comunitárias que fortaleçam os laços sociais e promovam a integração entre indivíduos.
Como Reverter esse Cenário
O combate à solidão exige esforços em várias frentes. No âmbito individual, é essencial buscar conexões genuínas, sejam elas com amigos, familiares ou grupos comunitários. Práticas como voluntariado, atividades culturais e esportivas podem ajudar a criar redes de apoio. No nível social, é necessário promover campanhas de conscientização e criar espaços onde as pessoas possam se encontrar e interagir de forma significativa.
Para o Brasil, está mais do que na hora de reparar o tecido social e investir em soluções que promovam a conexão e o bem-estar. A solidão não é apenas uma questão individual; é um desafio coletivo que exige ação imediata para construir uma sociedade mais saudável e integrada.
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